Nas aulas da pós-graduação em Mídias Digitais, em 2018, ficava mais que evidente que o conteúdo on-line em vídeo era uma tendência irreversível. O YouTube já era uma plataforma de conteúdo audiovisual sólida, com números milionários, tanto de inscritos em canais quanto de receita em anúncios. O Snapchat popularizou os vídeos curtos verticais, que depois se tornaram um padrão com os "stories" do Instagram. Aí veio o TikTok, criando um tipo de realidade paralela com suas dancinhas, trends e desafios.
Com o lockdown da pandemia de Covid-19, em 2020, o vídeo simplesmente se tornou a forma de comunicação mundial, com as vídeochamadas entre amigos e familiares, as reuniões de trabalho via Zoom ou Teams, as “lives” com shows beneficentes de grandes artistas. Durante aquele longo período de confinamento, assistir ou produzir conteúdo em vídeo era não só um passatempo ou um hobby, mas uma válvula de escape.
Nessa época, eu criava os cards do perfil da psicóloga Márcia Lourêdo no Instagram e ela já ensaiava uma produção em vídeo com seu próprio smartphone. Eu tinha feito um curso on-line de edição para YouTube que, apesar de muito básico, serviu para me ensinar alguns truques e aguçar meu interesse na área. Quando Márcia me procurou para fazer a edição e finalização de seus vídeos, foi o momento perfeito para começar a exercitar e aprender mais dessa nova habilidade.
Aos poucos, a edição de vídeo incorporava-se a todos os projetos em que me envolvia. E foi na ONG Astra que eu me senti mais instigado a mergulhar no audiovisual. Quando voltei a trabalhar na instituição, em 2021, descobri uma forte conexão criativa com Rogério Fernandes, a assistente social Maria Eduarda Marques e o advogado Gladston Passos, pessoas cheias de ideias incríveis, muita força de vontade e que eram membros da Astra.
Foi com a inventividade deles que produzi as animações de apoio para a 19ª Parada LGBT de Sergipe, realizada de forma virtual pelo YouTube, em 2020, numa transmissão que durou mais de 8 horas. Já para a live de final de ano, embarquei com eles na divertida ideia de fazer uma retrospectiva da Astra através de interações com uma assistente virtual chamada "Astrexa". No ano seguinte, eu e essa equipe criativa nos desafiamos a realizar um documentário sobre todo o processo de organização da Parada LGBT de Sergipe. Vou contar essa história num outro post. Paralelamente, também criei animações e editei vídeos para a Rede Trans Brasil e para o LGBT Socialista, segmento do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
O campo da edição de vídeo é muito vasto e estou iniciando, encarando cada trabalho novo com curiosidade quase infantil, querendo saber como tudo funciona e explorando possibilidades. Estou sempre buscando amadurecer minhas técnicas, seja através de cursos on-line, experimentando com ferramentas alternativas ou perturbando com perguntas o meu amigo Rafael, editor de vídeo com quem trabalhei na equipe de Comunicação do Tribunal de Justiça de Sergipe.
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